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A livraria

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Assim que eu entrei na livraria,  o ar tocou a minha energia e sorriu.  Por um momento,  eu senti meu corpo balançar, em um ritmo que eu nunca tinha sentido antes.  Foi como se as ondas do mar pudessem alcançar os meus pés,  na temperatura certa,  na mesma harmonia que o sol tocava a minha pele.  Você fez morada. Em poucos segundos eu pude sentir o que eu vivi.  Foi uma sensação de déjà vú diferente.   Foi memória que chegou sem avisar.  Eu não sabia como reagir.  Meus dedos foram folheando os livros,  enquanto eu deixava fluir. Por onde estive?  Foi lendo uma sinopse de um livro bem interessante,  que me peguei olhando para o lado,  toda a cena me abraçou.  Já estive aqui antes.  Ou melhor, estivemos.  Pela primeira vez, a lembrança chegou como uma boa história para sentar e ouvir.  Foi como reviver o que foi perdido. Foi presente... Pelo Bourbon,  nossos passos serão lembrados.

As palavras silenciosas

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Mais uma vez, vou me iludir e lhe escrever  Me afogar nas próprias palavras.  Eu só queria viver o próximo capítulo.  Como lidar com o final?  Cada vez mais as preces se tornam silenciosas, esperando,  esperando,  Enquanto vou me distanciando, me afogando em hiatos... É hora de entrar no ônibus,  não olhar para trás,  abandonar a realidade que vivo com a tua partida.  Esqueci de viver.  O tempo queimará as lembranças, os poemas que escrevi sobre você, eu não quero estar lá quando isso acontecer.  Você vai estar comigo no pôr-do-sol,  na ressaca do mar,  e nos ventos soprando pra lá... Serei obrigada a dizer adeus, enquanto a ausência grita,  vou experimentar as minhas lágrimas amargas de tristeza,  enquanto você vive. E Vive,  aqui e ali.  Eu vou morrendo,  perdendo por querer que você esteja aqui.  Você nunca mais ouvirá o que tenho a dizer.   Sou eu deixando de existir pra você,  Sou eu esquecendo quem fui e quem eu sou,  enquanto me apego ao que éramos.  O que direi às suas filhas? 

O novo

Enquanto eu vejo o novo chegar, o sentido,  simplesmente deixa de existir.  A magia acaba, a luz se esgota,  como se a vida já não estivesse ali.  Falta o seu abraço,  as suas palavras,  aquelas que só você saberia dizer.  Me pego olhando a lua,  com saudade do mar,  como se sua presença estivesse eternizada ali.  Intenso, solidão,  angústia,  A cura que não chega e a dor que insiste em gritar. Em meio ao novo,  espero esquecer, mudar o caminho e sorrir.  Porém, é o mesmo novo que me recorda que você não está mais aqui.

A companhia

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O nó na garganta,  o grito contido,  O coração chorando escondido. o corpo andando pra lá e pra cá,  a alma por aí.  É você em uma sala gelada, Deixada para morrer, sem esperança  de viver. Eu busco por você em todos os cantos brancos, não encontro,  não sinto. Será que se despediu sem olhar pra trás?  Fui deixada na esquina,  em meio à risadas vazias,  que tentavam, tentavam... me animar.  Recordo-me do céu na véspera,  por razão do destino,  ou não,  observei o pôr do sol tomar conta daquela sala.  Foi a minha companhia... a de almas tristes.  Naquele âmbar misturado com escuridão,  alaranjado, vivo,  vi você.  Assisti você indo embora. Fique tranquila, eu te vejo daqui.  

Gole de vida

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Quantas perdas cabem em uma vida? Quantas vidas eu perdi você? É no decorrer do dia,  que percebo que a vida se foi, Se vai,  no vai e vai. Não é por sentir,  é por não ser mais quem eu sou aos teus olhos.  Nas tuas prosas.  Na tua vida.  Sou eu deixando de existir.  Nunca estive preparada, Quem estaria?  Sou eu sem refúgio,  sem colo,  sem manhã com sol.  Sou eu, apenas eu.  Você era minha, eu era sua.  Sou só.  Quantas vidas terei pra dizer,  Que riso sem o teu,  não faz sentido.  O quanto de coragem terei,  pra dizer que perdi a minha pessoa,  mas elas ganharam uma. Somos nós, a sós,  Sem o teu sorrir.  Todo mundo perde,  sem ter mais um gole de vida.  Aproveite a dose.