O som da sua voz

Tem hora que bate desespero. Repito pra mim mesma que não posso esquecer. 
Mas o medo,
sempre chega sem avisar.

Não é como uma frente fria no Brasil,
que chega pela televisão.
Baixas temperaturas,
e, com ela,
um fenômeno surpresa: a neve. 

Com o medo é diferente. 
A grande não-surpresa se repete. 
Você não a recepciona mais com um chá,
você sabe que ela vem.

É no silêncio da noite que ela faz mais barulho. 

A tal saudade. 
Sinta-se à vontade,
a cerveja tá gelada. 

Reproduzo algumas imagens na minha mente,
fecho os olhos, 
e tento me sentir naquele dia. 

A felicidade fazia morada em você. 

Eu sorria, leve...
em sua companhia. 

Era o melhor lugar. 

Respiro e tento suavizar os sons externos para te ouvir,
mais perto,
limpo,
com qualidade. 

Suspiro aliviada.
Não esqueci o som suave, amoroso e agudo da sua voz.

Quando consigo lembrar, 
me acolho. 
Sei que não estou só.

Meus olhos se abrem,
olho o celular,
sem ligações,
sem mensagens. 

A realidade é amarga. 

Por mais que você vive dentro de mim,
sempre falta uma coisa no fim do dia. 

Confesso,
sinto falta da minha risada, 
que se misturava com o som da sua voz. 

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