A nova do passado

Quando pintou notificação no celular, não hesitei, disse que estaria lá. 

Meu coração respondeu até pela minha razão.
Sabe aquela sensação de "preciso disso" ou preciso "de mim" de novo. 

Troquei algumas vezes de roupa, parece que nenhuma roupa do passado serviria para aquele momento tão esperado. 

Pela primeira vez, eu acho, não pensei em você na hora de sair. 
Engano meu, coloquei nosso anel no dedo e pensei "hoje você vai comigo". 

Mas, digo, sabe aquele peso de sair para algum lugar e não ser um destino para te ver? 
Dessa vez não pesou.
Pareceu certo.
Muito certo.  

É como repetir um bom show do Rappa e se sentir liberto. 
Feliz.
Energizada.  
Amada.

Esses dias me peguei pensando que fiz uma tatuagem pensando em tirar uma dor,
que de alguma forma criava raízes no meu peito. 
Não consegui. 
O tempo piorou. 

Hoje, eu sei que vivo com ela, mas não é mais uma bagagem pesada de mão. 
Fiz gavetas.
Às vezes, abro, fecho ou deixo aberta... 
Mas, só de saber que você está ali para quando eu quiser olhar,
e enfrentar,
é a minha segurança para respirar. 

E foi assim, meu guia, eu fui viver. 
Meu passado no presente. 

Não posso ser quem eu era, 
mas naquela noite descobri quem ainda sou.

Pela primeira vez, me senti livre para me olhar, 
me admirar, 
me encontrar do jeitinho que amo. 

Vocês me lembraram. 

E mais do que isso, 
percebi que minha luz ainda existe e emana por aí.

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