Desacelera
Vivemos dias tão intensos e corridos, que até mesmo para ler um livro só é possível quando pegamos o transporte público.
Em pé ou sentado, não há preferências. Mas até ler é luxo nessas condições.
Ônibus lotado, não há onde segurar. A única preocupação é manter-se bem, mesmo que o ar lhe falte no aglomerado na ausência de um ar condicionado.
E assim deixamos pra depois para ler o nosso livro preferido. Ou melhor, deixamos tantas coisas para o outro dia...
A vida passou a ser vivida no automático. Com tempo para o trabalho e menos para o inusitado.
Saúde? Deixamos pra lá. Não há tempo para check-up. Deixa acontecer!
Nessa cadeia alimentar, o que prevalece é o sugador de energias, o cansaço.
A certeza que fica é aquela que desse lugar eu não pertenço.
Desse lugar, estou me desligando e desacelarando o meu pensamento.
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